O meu irmão tinha uma composição para escrever sobre algo de que se orgulhasse de ter feito e estava sem ideias - além de falar sobre os campeonatos que ganhou no treinadordefutebol.com e noutros jogos online igualmente desinteressantes.
Quando olhei para o tópico, por momentos pensei que, se tivesse no lugar dele, não teria nada para escrever, nem sequer sobre as minhas vitórias em jogos de vídeo. Nem em campeonatos de qualquer desporto, muito menos na vida real. 17 anos e sem nada feito ainda.
A primeira coisa que me ocorreu depois foi o blog. Acho que nunca revelei isto mas tenho mesmo orgulho do blog. Às vezes penso que podia escrever textos mais bonitos (se os conseguisse escrever) ou fazer posts mais regularmente. Mas na verdade, acho que não quero alterar nada, com a excepção talvez de algumas frases mal feitas e de uns posts antigos que me dão comichão. Podem-se rir à vontade - tal como muita gente se riu quando eu raspava bocadinhos de tijolo uns nos outros para fazer um pó que suspostamente ia resultar em barro - mas eu gosto mesmo disto. Gosto de dar o link a toda a gente, gosto de responder aos comentários, gosto de ver alguma coisa e pensar "tenho de escrever sobre isto no blog". Embora não ligue muito ao contador de visitas, gosto quando me dizem no dia-a-dia que visitaram o meu blog, embora muitas vezes, também me sinta um bocado embaraçada e pense que a partir daquele momento tenho de ser mais cuidadosa com os posts para não desapontar ninguém - mesmo que seja só uma ou duas pessoas.
Entretanto, vieram-me à cabeça muitas mais coisas das quais me orgulho. Mesmo que algumas não tenham acontecido propriamente por mérito meu, mas por golpes de sorte ou por "empurrõezinhos" de outras pessoas.
Quanto à composição, o meu irmão lembrou-se daquela vez em que, numa tarde, foi comigo ajudar na campanha do Banco Alimentar. Entretanto, também se lembrou de um golo qualquer que marcou e acabou por escrever sobre ambos. E eu lembrei-me de uma infinidade de coisas que fiz das quais me orgulho: o blog, os concursos, a faculdade, o trabalho na colónia de férias, a cor que escolhi para as paredes do quarto, mas sobretudo, os amigos que consegui fazer (e que me aturam, mesmo quando os ameaço com tiros da minha pistola imaginária para visitarem o blog).